quinta-feira, maio 04, 2006

António Variacões



O homem de quem tenho um poster no meu quarto...
António Variações
ficará conhecido na história da música portuguesa como António Barbeiro de profissão e músico por devoção, consegue em pouco mais de um ano transformar-se num caso único de popularidade.
Na sua discografia contam-se apenas um máxi-single e dois álbuns, editados entre 1982 e 1984. A morte prematura aos 39 anos - em 1984 - virá pôr termo à meteórica carreira de Variações, mas a sua obra permanece - e permanecerá decerto - bem viva na memória Não apenas na dos seus admiradores, mas também na dos seus críticos mais ferozes. Porque António gerou paixões e ódios, mas nunca a indiferença .
António Joaquim Rodrigues Ribeiro nasce em Fiscal, pequena aldeia do concelho de Amares, Braga a 3 de Dezembro de 1944. O quinto dos dez filhos de Deolinda de Jesus e Jaime Ribeiro, António faz os seus estudos na escola local, ajudando no resto do tempo os pais no campo. Mas a paixão pela música demonstrada desde tenra idade fá-lo-á esquecer muitas vezes os trabalhos da lavoura em favor das romarias e folclore locais.
Aos 11 anos, terminada a instrução primária, experimenta o primeiro ofício em Caldelas. " Ia fazer quinquilharias, mas passado pouco tempo desistiu ", contará a mãe já em 1988, à Imprensa. Mal completa 12 anos abandona a terra- natal rumo a Lisboa. Vem para ser marçano, mas acabará por trabalhar num escritório. A tropa fá-la em Angola, mas sem antes pedir à mãe que lhe acenda uma vela a Sto António para protecção. Regressa são e salvo. Mas logo volta a partir, desta feita para Londres, onde permanece um ano a lavar pratos num colégio.
Em 1976 regressa. De novo por pouco tempo. O próximo destino será Amesterdão, onde fica mais um ano e aprende o ofício de cabeleireiro.
Já em Lisboa, dedica-se de dia ao ofício, e á noite à sua paixão pela música, dando espectáculos com um grupo de músicos intitulado " Variações ". E começa então a ser notado pelo seu visual excêntrico e personalizado, com base nas cores e formas originais e em alguns elementos de adorno, como por exemplo os brincos.
Em 1978 apresenta uma maquete com algumas músicas à editora Valentim de Carvalho e nesse ano assina contrato. Mas terá de esperar quatro anos para poder gravar, porque entretanto Mário Martins e Nuno Rodrigues insistem para que grave, respectivamente folclore ou pop.
Os contactos com profissionais do mundo da música, seus clientes na barbearia, abrir-lhe-ão, entretanto as portas da notoriedade.
Em Fevereiro de 1981 surge pela primeira vez na televisão, no "Passeio dos Alegres" de Júlio Isidro, que o convidará para algumas emissões da "Febre de Sábado da Manhã" na Rádio Comercial.
Em Julho de 1982, já sob o nome António Variações, edita o seu primeiro single, um duplo lado A com "Povo Que Lavas No Rio" - imortalizado por Amália Rodrigues - e "Estou Além", um inédito de sua autoria. Um ano depois sairá o primeiro LP- "Anjo Da Guarda "- que o transformará numa estrela popular à escala nacional.
Depois de inúmeros concertos na época estival, sobretudo em festas e romarias de aldeias e outras pequenas localidades, volta a entrar em estúdio. Entre 6 e 25 de Fevereiro de 1984 grava o segundo e último LP; "Dar E Receber".
Em Abril aparece pela última vez em público no programa televisivo "A Festa Continua" de Júlio Isidro. Será a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco. Quando " Dar E Receber " é editado, semanas mais tarde, já António Variações se encontra internado no Hospital Pulido Valente devido a um problema brônquico-asmático. É já no hospital que ouvirá pela primeira vez na rádio as músicas de promoção do disco.
Debilitado pela doença que se agrava vertiginosamente, é transferido a pedido da família para a Clínica da Cruz Vermelha, onde virá a falecer a 13 de Junho.

3 comentários:

Narizinha disse...

Parabéns pelo blog!!
Beijos

Narizinha disse...

Onde andas tu? Nunca mais "postaste"... estou à espera... Bj

Janeca87 disse...

Vai arrancar em força um dia destes... bj**